Psicomotricidade no autismo e a ciência no Brasil, um estudo de revisão bibliográfica
Publicado Dez 18, 2021
Daniela Faleiros de Paiva
Ginásio de Integração Sensorial (GIS Infantil)
RESUMO
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento que causa alterações na comunicação social e em comportamentos restritos e repetitivos. Esses sintomas estão presentes desde o início da primeira infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário. A psicomotricidade é um campo transdisciplinar que considera os aspectos psicológicos e motores da pessoa, como objetivo a interação entre afetividade, mente e motricidade. O estudo utilizou como método uma revisão integrativa da literatura, com a finalidade de evidenciar a prática da psicomotricidade no tratamento de crianças com TEA por meio de artigos científicos realizados e publicados no Brasil sobre Autismo e Psicomotricidade. Foi encontrada uma publicação que seguia os critérios de inclusão elencados para esse estudo. A autora Kumamoto, 2012, faz a associação entre a psicomotricidade e o TEA, e resgata em seu artigo as falhas causadas nos sistemas de comunicação dessas crianças com o mundo; evidenciando, assim, de forma científica em seu estudo, que esse rompimento pode ser resgatado e ressignificado por meio da psicomotricidade, sendo ela então uma das metodologias utilizadas no tratamento para a criança com TEA. Conclui-se, desse modo, que a Psicomotricidade auxilia no desenvolvimento de diversas habilidades. A criança com TEA apresenta um rompimento de contato com o mundo, principalmente em questões motoras, sensoriais e emocionais . A diminuição da noção de consciência corporal faz com que a metodologia da psicomotricidade resgate o “eu” por meio do uso do corpo em atividades motivadoras e funcionais. Faz-se necessário, portanto, a realização de mais estudos nesta área.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro do Autismo. Psicomotor. Evidência.
Como citar
Paiva. D. F. de (2021). Psicomotricidade no autismo e a ciência no Brasil, um estudo de revisão bibliográfica. Revista Neurodiversidade, 2(1), 1-10.
Edição
V. 2, n. 1 (2021): Revista Neurodiversidade (ISSN 2764-5622)
Copyright ©
Todos os direitos reservados
A revista detém os direitos autorais exclusivos de publicação deste artigo nos termos da lei 9610/98.
A reprodução total é expressamente proibida.
A reprodução parcial é permitida sendo obrigatória a citação dos autores e da revista.
REFERÊNCIAS
American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora.
Araújo Vilhena, D. de, Leite, R.D., Teixeira, I. A., Pinheiro, Â. M. V. (2015). Avaliação interdisciplinar do transtorno do espectro do autismo e comorbidades: Caso de um diagnóstico tardio. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 15(1).
Baranek, G. T., David, F. J., Poe, M. D., Stone, W. L., & Watson, L. R. (2006). Sensory Experiences Questionnaire: discriminating sensory features in young children with autism, developmental delays, and typical development. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 47(6), 591-601.
Bertoldo, J. V., & RUSCHEL, M. A. D. M. (2000). Jogo, brinquedo e brincadeira: uma revisão conceitual. Labrinjo. s/d.
Brunello, M. I. B. (2001). Ser lúdico: promovendo a qualidade de vida na infância com deficiência (Doctoral dissertation).
Brunello, M. I. B., Jurdi, A. P., de Angeli, A. D. A. C., Carvalho, C. C., & Kou, V. (2006). A criação de um espaço para a existência: o Espaço Lúdico Terapêutico. Revista de terapia ocupacional da Universidade de São Paulo, 17(1), 4-9.
Campos, A. C. D., Coelho, M. C., & Rocha, N. A. C. F. (2010). Desempenho motor e sensorial de lactentes com e sem síndrome de Down: estudo piloto. Fisioterapia e Pesquisa, 17(3), 203-208.
Carvalho, E. S., Antunes, F., & Vicentini, C. R. (2010). DESENVOLVENDO A SENSIBILIDADE SENSORIAL TÁTIL PLANTAR EM PORTADORES DE AUTISMO INFANTIL ATRAVÉS DO" TAPETE SENSORIAL"-ESTUDO DE TRÊS CASOS. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 13(1).
de Castro Silva, F., & de Souza, M. F. S. (2018). Psicomotricidade: um caminho para intervenção com crianças autistas. Pretextos-Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minas, 3(5), 500-519.
Fernandes, S. F. D. S. N. (2010). A adequabilidade do modelo Teacch para a promoção do desenvolvimento da criança com autismo (Bachelor's thesis).
Fernandes, F. D. M., & Amato, C. A. D. L. H. (2013). Análise de Comportamento Aplicada e Distúrbios do Espectro do Autismo: revisão de literatura. In CoDAS (Vol. 25, No. 3, pp. 289-296). Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.
da Fonseca, V. (2001). Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares.
Forment-Dasca, C. (2017). Modelos de intervención en los trastornos del espectro autista: Denver y SCERTS. Rev. neurol.(Ed. impr.), s33-s37.
Gonçalves, M. A. F. T. (2011). Alunos com perturbações do espectro do autismo: utilização do sistema PECS para promover o desenvolvimento comunicativo (Doctoral dissertation).
Gonçalves, A. D. A. (2011). Os modelos de intervenção são eficazes para melhorar a inclusão de crianças com autismo (Master's thesis).
Kishimoto, T. M. (2017). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. Cortez editora.
Kumamoto, L. (2012). Autismo-uma abordagem psicomotora. Psicologia: teoria e pesquisa, 5(2), 231-238.
Lampreia, C. (2004). Os enfoques cognitivista e desenvolvimentista no autismo: uma análise preliminar. Psicologia: reflexão e crítica, 17, 111-120.
Lampreia, C. (2007). A perspectiva desenvolvimentista para a intervenção precoce no autismo. Estudos de Psicologia (Campinas), 24, 105-114.
LEPĂDATU, I., & DREGHICIU, R. (2013, May). Ludotherapy for recovering children’s neuromotor dysfunctions. In Proceedings of the Scientific Conference AFASES (pp. 329-336).
de Oliveira, G. C., Rocha, V. D. S. V., Carvalho, W., & de Freitas, E. F. (2015). Considerações da aplicação do método PECS em indivíduos com TEA. Revista EVS-Revista de Ciências Ambientais e Saúde, 42(3), 303-314.
Posar, A., & Visconti, P. (2018). Sensory abnormalities in children with autism spectrum disorder. Jornal de pediatria, 94, 342-350.
Schmidt, C., Kubaski, C., de Brum Bertazzo, J., & de Oliveira Ferreira, L. (2015). Intervenção precoce e autismo: um relato sobre o Programa Son-Rise. Psicologia em Revista, 21(2), 413-429.
Serrano, P. (2016). A Integração Sensorial: no desenvolvimento e aprendizagem da criança. Lisboa: Papa-Letras.
Thelen, E. (1995). Motor development: A new synthesis. American psychologist, 50(2), 79.
Vieira, J., Batista, M., & Lapierre, A. (2005). Psicomotricidade relacional: A teoria de uma prática (2. ª edição). Curtiba: Filosofar.
Zanolla, T. A., Fock, R. A., Perrone, E., Garcia, A. C., Perez, A. B. A., & Brunoni, D. (2015). Causas genéticas, epigênicas e, ambientais do transtorno do espectro autista. Cadernos de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 15(2).
Zilbovicius, M., Meresse, I., & Boddaert, N. (2006). Autism: neuroimaging. Brazilian Journal of Psychiatry, 28, s21-s28.